sexta-feira, 29 de maio de 2009

vanilla lace.


Eu olhei, pensei: 'alguém pode pedir'. Então guardei. Ficou uns dias na gaveta de 'coisas para guardar', mais uns no bolso de fora da mochila do colégio. E ninguem pediu. Já tinha pensado em acabar logo com aquilo, ficar guardando pra nada não é bem, ÚTIL. at all. Foi aí que olhei no calendário e percebi o fim de semana se aproximando, junto dele: os amigos de nascença. 'Certo, mais 2 dias não matam ninguém'. Pensando assim, o meti na bolsa e saí pra curtir meu belo fim de semana. Meus irmãos tentaram pegar pra eles mas não deixei. Estava reservado.Só não sabia pra quem.

O dia seguinte foi um dia difícil. O Outro estaria aqui. Não queria nem pensar nisso, mas era inevitável. Como poderia não pensar? Minhas mãos estavam suadas e eu só queria sair correndo. Chegou a hora, e percebi que ele não estava, na verdade.

Que bom. –outro suspiro de alivio - Não que eu quisesse retardar o momento. Na verdade eu não queria nem que o momento existisse. Sentei, daquele mau jeito mesmo, tentando estar normal.

No fim do dia, você apareceu de novo. No meio da MINHA turma. Uma que não era sua. Não de costume. Nem de nada. Você estava lá entretido com eles. Achei estranho, mas que poderia dizer? Que bom que estava lá né?

Aí lembrei do que estava guardando. Já estava pensando em pegar pra mim. E então você pediu: 'Bub, tem chiclete?'. Acho que fiquei uns cinco seg. parada olhando pra você com cara de paisagem. Então você repetiu a pergunta. Eu parei de tentar arrumar o zíper da bolsa. E peguei no bolso pra você. Entreguei e você ainda disse: 'HAHA, o que eu mais gosto' não vou te perguntar como ficou a minha cara. Mas por dentro eu tava rindo demais. E assustada. Foi inesperadamente inesperado.

Era o último, poderia ser seu. Mas então a nova surpresa: 'Bub, tó, metadinha.'

Acho que um chiclete* nunca foi tão saboroso, e nunca durou tanto.

domingo, 10 de maio de 2009

Devolta. Reacordando, agora escolhi. Escolhi levantar e parar de ter piedade de mim mesma. Ninguém gosta de gente assim. Eu não gosto de gente assim. 

Acabei de voltar lá de fora. Olhando pela janela, não parecia tão frio assim. Nem tão molhado. Mas só quando se sente o vento cortante com essas gotículas que mais parecem agulhazinhas minúsculas, se percebe quão precioso é este vidro da janela. Que separa o que a gente vê, do que a gente SENTE.

Ah se meu coração tivesse este vidro. Poderia sentir muito menos. Talvez olhar e não sentir absolutamente nada. 

"Você está vendo o que está acontecendo? Nós nos entregamos à indiferença. Nada mudou, continuamos como estávamos no final. Nada nos faz rir, nada nos faz chorar. Uma mistura de torpor com indiferença. E eu nem te conheço mais.

Olá, estranho." - Soffia Catherine, NH

Você nem sente nada não é? Isso me irrita tanto. Como uma pessoa pode estar morrendo de um lado a a outra tão..indiferente? Se ao menos você NÃO soubesse, eu poderia entender. Eu poderia aceitar. 

-and so i say i dont care; oh.. it kills me. its a lie that sets ME free. 

Já falaram que seria difícil. Mas não que seria assim. 

Agradeço todos os dias, quando percebo que acordei. E que na noite passada, senti você escorregar da minha mente enquanto durmia. Espero ansiosamente o dia em que você saia por inteiro. e ai , poderemos ser bons amigos. e só amigos finalmente. Por mais que você queira. ele vai teimar em ficar ai agarradinho com seus pensamentos mais.. banais. É difícil. acho que este é o tipo de coisa que só melhora com o tempo. Deveriam vender TEMPO na farmácia.Hoje, eu quase nao pensei em você, cookies.

E é esse QUASE que me mata.

Porque eu sei que do seu lado aí naõ há QUASE nenhum. É pronto e acabou. Que inveja que eu tenho de você por isso. Decidir esquecer as coisas.. assim, tão facil.
Mas aos poucos, você está sumindo da minha vida. 


                    
PS: without Soffia, it wouldn't be here. Thanks, mate.