terça-feira, 30 de junho de 2009

Aterrisando no Planeta Alienígena

Quando se está na estrada, ruma à sua nova vida, o que poderia passar pela sa cabeça? O que passaria pelo seu coração? Enquanto preenchia o porta malas e o banco de trás com caixas e malas não via a hora de acabar. Estava até me tornando chata, parecia criança. Só queria que acabasse logo. Que pudesse entrar no carro e chegar logo aqui. Quanto mais cedo saísse, mais cedo chegaria e mais cedo isso acabaria. Me mantinha firme neste pensamento. Agarrada a ele.
Depois de me despedir do meu tio, fui falar com a minha mãe. Não foi um tchau de verdade, foi mais um: ”ah, até daqui à seis horas, mãe”. E foi recípocro. Ultimas manifestações de carinho e tchauzinhos, fomos cair na estrada. Só eu e meu avô. O bom de viajar com ele é que ele não fala com você. A não ser se você falar com ele. Acho que herdei isso dele, mas nas devidas proporções, claro. Cada vez que eu cochilava chegávamos num pedágio, INCRIVEL. Parece que os pedágios estavam me seguindo. Como se vissem quando eu dormia e brotassem do chão, só pra me acordar.

E então o sol começou a descer, e cegar qualquer um que tentasse olhar pro céu. Nessa hora meu coração apertou. Não sei por que. Talvez as lembranças que a palavra CREPUSCULO trazem à minha mente, não sei. Eu só queria uma coisa naquele momento: SALTAR do carro e voltar correndo. Bater na casa deles e pedir pra ficar lá. Pra sempre, ou quase. Me senti tão bem com ele. Mesmo quando eles não falavam comigo, quando estavam entretidos nas coisas dele, só a presença me acalmava. Meu próprio raio de sol num dia frio. Meu milagre pessoal. Meu amigo. Que até pouco tempo atrás era só mais um conhecido.
Consegui controlar a vontade de pular no carro dormindo. Não que ajudasse muito, já que era só fechar os olhos pra ver eles, todos eles do planeta natal. Imaginando cenas , eu voltando, todos nós juntos . Parecia até que eu não os via à séculos. Como pessoas fazem tanta falta? Acordei quando cheguei aqui. Entrando pelo portão já consegui ouvir o Theo e o Iago no video- game. Primeiro pensamento foi: "Essa não. Lá vamos nós”. Mas depois, quando abri a porta, só senti eles vindo correndo me abraçar. Uma semana sem vê-los e eles já estão assim? Me senti mal por ter pensado aquele primeiro pensamento e o mudei rapidinho. Entrei e coloquei minhas coisas na cama, levei o pão para a cozinha onde
minha avó estava fazendo um caldo. Invernos, mesmo não tão frios são tão .. QUENTES. Gosto do inverno por isso, acho que as pessoas ficam mais juntas. E tenho medo desses proximos 2 meses de inverno nesse lugar unknown. Im gonna stay all alone. For how long??
Aproveitei o pão pra mergulhar no caldo e comer um pote cheinho. Mi nha avó disse que isso é ansiedade. ”Por que ela acha que estaria ansiosa? Por quê?” Sorri sarcasticamente por dentro, e obvío que nao disse nada à ela-.” Minha vida quase não mudou nas ultimas 12 horas. Não at all”. O Theo incrivelmente me deixou jogar PS 2. Soccer. E eu até que fui bem, fiz dois gols. . Pensei o quanto isso deixaria o Trident e o Suflair* de queixo caído, precisa de muiiiita concentração pra controlar 11 bonequinhos que ficam correndo durante dois tempos de 25 min, sem intervalo.
O incrível: cumpri as metas de NÃO olhar no celular se havia novas mensagens DELE. Eu pensava: vou olhar depois da sopa. e consegui me segurar até DEPOIS da sopa. Isso foi realmente INCRÍVEL.
Deu 01:oo am, that means: bub going to bed.
Im still a child. Amanhã vai ser um looooondo dia.
Deut. 31.8